Após julgar as provas do primeiro CDI 3* realizado no Brasil em 2020, em razão da quarentena devido à pandemia da Covid-19, a juíza internacional FEI cinco estrelas, Elizabeth McMullen, foi clara, em entrevista ao Adestramento Brasil, que os conjuntos precisam buscar melhorar sempre; e os que estão em small tour devem visar a subir para o grande prêmio. A razão do conselho é simples: as competições internacionais são todas disputadas no mais alto nível do adestramento, ou seja, big tour – reprises de grande prêmio, grande prêmio especial e GP estilo livre.
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Na entrevista, a juíza canadense defendeu que os cavaleiros, além de buscarem a evolução do conjunto, tentem que torneios regionais, como os Jogos Pan-Americanos, sejam em big tour. Há em curso uma discussão avaliando se os Jogos Pan-Americanos deveriam manter o formato misto (small e big tour) ou ser disputado apenas no mais alto nível.
O tópico foi tema de debate online promovido, em meados do ano de 2020, pelo juiz Cesar Torrente e que recebeu o presidente da Confederação Equestre Pan-Americana (Paec, sigla para Pan American Equestrian Confederation), Cesar Hirsch — leia matéria completa aqui. Em outubro, o site Eurodressage, reportou, citando o Comitê de Adestramento da FEI, que havia uma decisão de manter os jogos de Santiago 2023 no formato misto. Porém, procurada por este noticiário, a Federação Equestre Internacional não confirmou a informação. O martelo deveria ser batido durante a Assembleia Geral da FEI, realizada online em novembro, mas a decisão ainda não foi tomada (confira o documento da FEI).
Para McMullen, os jogos regionais deveriam ser em big tour para a competição ficar equiparada e justa com todos os países, além de ser um incentivo para os conjuntos avançarem e melhorarem seus desempenhos. “Eles têm mexido nisso há anos. Já foram reprises júnior e young riders, depois moveram para São Jorge. Dizem que os países não podem fazer grande prêmio. Sim, eles podem. Quando comecei a treinar os guatemaltecos, eles estavam montando séries júnior e jovem cavaleiro; e eu disse ‘tentem a São Jorge, vai funcionar’. E assim foi e foi a mesma coisa com grande prêmio”, explicou.
Segundo a juíza canadense, é preciso buscar subir o nível para que a equitação melhore como um todo “Levará alguns anos com os conjuntos ainda fracos, mas as pessoas têm de tentar aprender. Se você continuar baixando o nível, ninguém melhora. E, se não melhoram, não chegam ao big tour e nunca serão competitivos com os europeus. É preciso treinar. Então, mantendo em small tour, eles retêm [os conjuntos]”, defendeu.
McMullen já julgou CDIs no Brasil em anos passados e apontou a redução de conjuntos nas provas internacionais como uma das diferenças em relação às provas que julgou no último fim de semana. “Naquela época, o CDI era maior e neste havia alguns cavalos apenas. No entanto, a competição nacional foi enorme”, disse. Avaliando as provas que julgou no CDI, a canadense fez um balanço: “vi alguns cavalos muito bons e outros que precisam ser melhorados, mas três ou quatro que foram muito bem”.
A canadense apontou ainda que o fato de todos terem ficado em quarentena, devido à pandemia da Covid-19, é um fator que deve ser levado em conta, uma vez que os cavalos desacostumam do ambiente de competições.
Uma resposta para ““Se você continuar abaixando o nível, ninguém melhora”, diz Elizabeth McMullen, FEI 5*”