Faltando cem dias para a abertura oficial dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 23 de julho, a CBH ainda não nomeou a diretoria do adestramento e também não atualizou as regras para escolha de quem representará o País. O último comunicado é de 30 de janeiro de 2020 e está desfasado em relação à alteração na obtenção dos requisitos mínimos de elegibilidade (MERs) feita pela FEI após a postergação dos Jogos. Treinando na Europa e com nova montaria, João Victor Marcari Oliva tentará, no CDI 3* de Abrantes, alcançar o segundo índice com Escorial Horsecampline — o cavaleiro tinha MERs com F-Aron de Massa, porém, não está mais com a montaria. Assim, neste momento, apenas Pedro Tavares de Almeida e Xaparro do Vouga estão aptos (com dois índices) a competir em Tóquio.
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Montando Escorial Horsecampline (Spartacus x Edo x Yap), João Victor Oliva retorna às pistas no dia 24 de abril no CDI3* de Abrantes, no Centro Equestre de Vale de Ferreiros, em Portugal. No CDI3* de Abrantes, estarão no júri três juízes FEI 5* Isobel Wessels, da Grã Bretanha; Francisco Guerra, da Espanha; e Irina Maknami, da Rússia.
Oliva começou a montar Escorial Horsecampline em setembro de 2020 dando início ao que chamaram de “Projeto Olímpico”, idealizado pela JRME Horse Campline, fundo de investimentos focado em equinos e proprietária de Escorial Horsecampline, garanhão lusitano. A dupla fez o primeiro índice na estreia em um concurso internacional, registrando porcentual final 71,000% no grande prêmio do CDI3* de Alter do Chão em novembro do ano passado.
>>> Confira calendário atualizado de eventos da FEI válidos para obtenção de índices.
>>> Página especial da FEI sobre Jogos Olímpicos de Tóquio
Sem diretor de adestramento
Até o momento, a Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) não divulgou quem ocupará o cargo de diretor de adestramento. Tampouco as regras para eleger quem representará o País foram atualizadas — o documento publicado em janeiro de 2020 não considera o adiamento e, portanto, não incluiu provas do segundo semestre de 2020 e nem de 2021, além de não estar alinhado às novas regras da FEI. Assim, não está definida qual é a regra que deve ser seguida para eleger o conjunto brasileiro no adestramento em Tóquio.
De acordo com os critérios divulgados no ano passado (confira a íntegra) pela CBH, para a escolha do individual seriam considerados os resultados das provas de grande prêmio (GP) aprovadas pela Federação Equestre Internacional para a conquista de índice olímpico (MER) no período de 1º de janeiro a 1º de junho de 2020. A CBH consideraria a média dos dois melhores resultados em provas de GP dos eventos aprovados pela FEI para a obtenção dos índices até 1º de junho de 2020. Os conjuntos que competiram na Europa em pelo menos dois eventos no segundo semestre de 2019, buscando a classificação da equipe, teriam um bônus de 1,5% adicionados à média.
Após o adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio para meados de 2021, a Federação Equestre Internacional (FEI) decidiu que os conjuntos para estarem aptos precisam obter os requisitos mínimos de elegibilidade (MER, na sigla em inglês para minimum eligibility requirements) até o dia 21 de junho de 2021, sendo que aqueles que tiverem obtido MER (ou seja, os dois índices requisitados) no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2019 precisam alcançar um resultado adicional para confirmação do resultado entre 1º de janeiro de 2020 de 21 de junho de 2021.
O diretor técnico da CBH tinha agendado, por meio da então agência de assessoria de imprensa da entidade, uma entrevista com Adestramento Brasil para o dia 30 de março. Mas, na data, Rodrigo Sarmento não foi localizado pela agência e a entrevista não aconteceu.
Este noticiário questionou Francisco José Mari Mari, presidente da CBH, acerca da nomeação da diretoria e das regras, mas, até o momento da publicação desta matéria, não havia obtido retorno. Mari ocupa o posto de presidente da entidade desde que sua chapa Hipismo Para Todos venceu a eleição em assembleia geral no último 29/01.
O Brasil perdeu a vaga por equipe para disputar a modalidade adestramento na próxima olimpíada por não ter apresentado o certificado de capacidade (“NOC Certificate of Capability” ou COC), que exigia que, pelo menos, três conjuntos diferentes tivessem atingido os MERs até 31 de dezembro.
Sem expectadores
Após meses de especulação, os organizadores dos Jogos de Tóquio decidiram que apenas os torcedores japoneses ou estrangeiros que moram no país terão permissão para assistir presencialmente aos eventos olímpicos. Trata-se de uma tentativa de controlar a infecção pela covid-19. Ainda não está definida a quantidade de torcedores que poderão acompanhar cada competição. Não é intenção das autoridades ter ginásios lotados. A cerimônia de abertura será no dia 23 de julho.
O Comitê Olímpico de Tóquio lançou, me março, cinco manuais para realização dos Jogos, que devem ser atualizados em abril. Os manuais (confira aqui) são uma base de para assegurar que todos participantes dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos e a população de Tóquio possam estar seguros. Ao todo foram divulgados cinco manuais voltados às equipes de federações internacionais, imprensa, difusoras de tv e rádio, parceiros de marketing e atletas e oficiais.
Os manuais detalham as responsabilidades de todos os participantes dos Jogos e as regras que devem ser seguidas, com orientações específicas para evitar o contágio pela covid-19, começando 14 dias antes da viagem, bem como na entrada no Japão, durante os Jogos e retorno.
Adestramento Brasil 
Uma resposta para “A 100 dias de Tóquio, CBH não tem diretor de adestramento e nem regra para escolha de conjunto”