Kiko Mari leva presidência da CBH, mas eleição é contestada

Após uma conturbada assembleia, realizada nesta sexta-feira 29/01, no Rio de Janeiro, a chapa Hipismo Para Todos, com Francisco José Mari como presidente e João Loyo de Meira Lins como vice-presidente, foi apontada como vencedora das eleições da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH). Ronaldo Bittencourt, presidente até esta manhã da CBH, deu posse a Mari, que é seu aliado. A eleição, contudo, se deu depois de federações e representantes de atletas apoiadores da chapa concorrente — CBH Forte e Ativa, com Bárbara Elisabeth Laffranchi como presidente e Fernando Augusto Sperb como vice —, bem como os próprios candidatos, terem deixado a sala oficial, após as federações de Alagoas, do Espírito Santo e do Rio de Janeiro serem impedidas de votar.

Levantamento da revista Horse, presente na eleição no Rio de Janeiro, apontou que Kiko Mari recebeu 1.445 pontos, contabilizados pelos votos presenciais de nove federações e dois representantes dos atletas, em votação na assembleia que ocorreu na sala com a presença da Comissão Eleitoral. Já o blog Olhar Olímpico contabilizou que a chapa Hipismo Para Todos teve 1.620,57 pontos.

A chapa de Laffranchi, bem como entidades e representantes de atletas que votariam nela, saíram da sala onde estava presente a Comissão Eleitoral e realizaram uma assembleia paralela no corredor, inclusive, com a presença de uma escrivã de cartório para registrar em ata. Nessa votação, Laffranchi afirma ter angariado maioria dos votos — 2.052 pontos frente aos 3.673 possíveis, com dez federações e quatro representantes de atletas. Neste vídeo (assista aqui), é possível assistir aos membros das federações e atletas elegendo Bárbara Laffranchi presidente da CBH na assembleia paralela.

Os dados oficiais acerca da eleição, bem como a ata da assembleia, até o momento da publicação desta matéria não tinham sido publicados. Para tentar confirmar as informações, Adestramento Brasil entrou em contato com a assessora de imprensa da CBH, Carola May, por meio de ligação telefônica, que não foi atendida, e de mensagem de WhatsApp que foi lida e não respondida.

Na eleição da CBH, cada entidade apta a participar soma um determinado número de pontos limitado à metade da média nacional, apurada em 31 de dezembro de 2019 — Adestramento Brasil questionou, em meados de janeiro, a CBH sobre o número exato referente a cada federação e atleta, mas a confederação não respondeu.

Questionada por este noticiário, Laffranchi enviou o comunicado abaixo, que também foi distribuído pela Federação Paulista de Hipismo. Diz a nota:

“CBH manipula eleição e maioria das federações se retiram

Hoje, no RJ a CBH, através da comissão eleitoral, manipulou a eleição, impedindo ES, Alagoas e Rio de Janeiro, de exercerem seu direito de voto.

A comissão também impediu a assembleia de votar as questões de ordem que foram colocadas.

Indignados com mais uma manobra ilegal e imoral, a maioria das federações, 10, e 4 representante dos atletas deixaram a assembleia e não reconhecem a legitimidade da eleição realizada e realizaram uma assembleia paralela obtendo 2052 pontos do total de 3673 possíveis e deram posse a Bárbara Lafranchi e Fernando Sperb.

Na hipótese de não se reconhecer a eleição confirma a manifestação democrática da maioria, pondera-se pela criação de uma nova confederação equestre de hipismo, que, realmente, represente a maioria das federações que não se serem representadas.”

Kiko Mari foi procurado pela redação de Adestramento Brasil e não respondeu até o momento da publicação da matéria.

Federações impedidas de votar
Acerca das federações impedidas de votar – ou que o voto não seria contabilizados -, a de Alagoas seria devido a problemas com documentação. Conforme apontou matéria da revista Veja, o alagoano Hortêncio Costa Neto apresentou, segundo denúncia recebida pela Confederação, uma ata com assinatura falsificada.

Na denúncia, ainda de acordo com a Veja, o cartório de Maceió teria atestado que as assinaturas não batem e que o registro necessário para habilitar a federação na eleição não foi feito. A irregularidade fez a Federação Equestre de Alagoas perder o direito ao voto nesta sexta-feira.

Já a impugnação da Federação Equestre do Rio de Janeiro ocorreu sob a alegação de que a presidente recém-eleita, Alejandra Fernandez, é estrangeira e, por isso, não poderia votar.

Leia a cobertura completa sobre as eleições da CBH:

Leia os documentos referentes à eleição

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