ATUALIZADA – As duas chapas candidatas à presidência da Confederação Brasileira de Hipismo foram impugnadas e não houve eleição para a escolha de qual das duas chapas comandaria a entidade para os cargos de presidente e vice-presidente para o quadriênio 2021-2024. Foram eleitos apenas os membros do conselho de administração.
As chapas concorrendo ao posto são a Hipismo Para Todos, com Francisco José Mari como presidente e João Loyo de Meira Lins para vice-presidente, e CBH Forte e Ativa, com Bárbara Elisabeth Laffranchi como presidente e Fernando Augusto Sperb como vice. A CBH ainda não publicou a ata da AGO e informou que ela será disponibilizada no Portal da Transparência da CBH.
A eleição para o Conselho de Administração foi realizada e foram eleitos quatro representantes de entidades filiadas. São eles: Gustavo de Melo Cuba, Josenilton Oliveira Santos, Cláudio Gastão da Rosa Filho e Gabriel Khoury (este último sendo o mais votado). Também foi eleito Antônio Manoel Lopes Sanches como membro independente.
Ronaldo Bittencourt Filho, presidente da CBH 2017 e 2020, também é presidente do Conselho de Administração, que ainda conta com o presidente da comissão de atletas Jorge Luiz Passamani. Estavam aptas à votação 18 federações filiadas à CBH e sete representantes da Comissão de Atletas CBH. O processo eleitoral foi conduzido por Alexandre Beck Monguilhott, presidente da Comissão Eleitoral da CBH, ao lado de Bichara Abidão Neto e Rodrigo Machado de Moraes, membros da Comissão.
Segundo a CBH, os rumos da eleição para presidência serão definidos em breve, mediante consultoria jurídica.
A revista Horse esteve presente. Em entrevista em vídeo à Horse, Alexandre Beck Monguilhott explicou que a legislação, alterada recentemente, prevê o papel da Comissão Eleitoral no sentido de desvincular a eleição da diretoria. “Tomamos a decisão de inabilitar as duas chapas; desta decisão, as duas recorreram e estamos no prazo para avaliar. Terminando esta avaliação, a gente vai apresentar o resultado para a CBH e aí se lavram a ata e os documentos e se leva a registro. Conforme for o caso, se convoca uma nova assembleia”, disse à publicação, explicando que as chapas têm três dias para apresentar recurso.
Entenda o caso
No último sábado 28/11, a CBH publicou, em seu site, uma nota informando que o processo eleitoral da CBH havia sido judicializado pela chapa CBH Forte e Ativa. Na nota, a CBH colocou: “lamentamos o fato de que tal expediente tenha ocorrido sem esgotamento das vias administrativas e não judiciais, como aliás determina a legislação de regência e nossas normas estatutárias, notadamente em face das atribuições da Comissão Eleitoral e quanto a necessidade de garantia de defesa prévia” (sic).
A entidade informou ainda que os despachos judiciais estavam sendo encaminhados para a Comissão Eleitoral para análise e que providências ao cumprimento. Ainda no sábado, a chapa encabeçada por Laffranchi soltou um esclarecimento (leia aqui) no qual afirma que tomou ciência, com surpresa e perplexidade, da nota oficial da CBH e que lamentava profundamente que tenha sido necessário buscar a tutela do Poder Judiciário, garantia esta do artigo 5º, inciso XXXV da Constituição Federal, para obtenção de informações básicas e indispensáveis ao processo eleitoral que, segundo a chapa, vinham sendo solicitadas desde 22/10, mas que não haviam sido prestadas.
“O simples fato dos atuais dirigentes da CBH, na antevéspera das eleições, terem utilizado o sítio eletrônico da própria entidade para criticar abertamente a Chapa de Oposição, aduzindo falsamente que “filiadas e membros do colégio eleitoral” teriam sido “questionados”, diz muito sobre a condução deste processo eleitoral, configura novo ilícito, ante a nítida tentativa de interferência nos votos do colégio eleitoral”, diz a nota.
No último dia 16/11, a Alexandre Beck Monguilhott, Bichara Abidão Neto e Rodrigo M. Moraes, membros da Comissão Eleitoral da Confederação Brasileira de Hipismo, entenderam que ambas as chapas estavam aptas a participar do pleito bem como os candidatos ao Conselho Administrativo (veja a ata).
De acordo com a coluna de Demétrio Vecchioli, Olhar Olímpico, se a entidade não escolher um novo presidente, a posição pode ficar vaga a partir do dia 31 de dezembro, quando vence o mandato de Ronaldo Bittencourt. “Quando situação semelhante aconteceu na confederação de desportos aquáticos, há quatro anos, a Justiça precisou nomear um interventor”, escreveu.
Cobertura — Adestramento Brasil solicitou à entidade, em 15 de outubro, o credenciamento para acompanhar a eleição da CBH como imprensa, mas obteve confirmação do pedido apenas na última quinta 26/11 às 22:06. Em e-mail, a CBH afirmou que o veículo poderia cobrir a eleição, que ocorre no Rio de Janeiro, e solicitou confirmação de presença até o dia seguinte, sexta 27/11, às 16 horas.
Nessas condições, ficou inviável viabilizar a cobertura, uma vez que a CBH deixou o noticiário sem tempo hábil para se organizar, como, por exemplo, comprar passagem de SP ao Rio e remanejar compromissos. O acompanhamento da imprensa é essencial para que o processo seja claro e transparente.
Concorreram ao cargo de membro do Conselho de Administração da CBH:
I. Josenilton Oliveira Santos – Entidade Filiada
II. Hortêncio Costa Neto – Entidade Filiada
III. Cláudio Gastão da Rosa Filho – Entidade Filiada
IV. Geraldo de Almeida Pereira – Entidade Filiada
V. Gabriel Nicolau Khoury – Entidade Filiada
VI. Gustavo de Melo Cuba – Entidade Filiada
VII. André Danielides Egoroff – Membro Independente
VIII. Antônio Manoel Lopes Sanches – Membro Independente
IX. Constantino Scampini – Membro Independente
X. Nilson da Silva Leite – Membro Independente
XI. Plínio Soares Júnior – Membro Independente
Leia os documentos
- Página da CBH sobre processo eleitoral
- Edital de Convocação Nº 004/2020 — Assembleia Geral Ordinária
- Processo eleitoral nº 004
- Processo eleitoral nº 005
- Estatuto da CBH
- Ata da reunião da Comissão Eleitoral (16/11)
Atualizada às 19:22 para acréscimo de informações.
32 respostas para ‘Com chapas impugnadas, CBH não elege nova presidência’