O juiz internacional FEI 4* Carlos Lopes, julgou as duas seletivas realizadas no Brasil com objetivo de formar a equipe do País para os Jogos Sul-Americanos, Odesur do Paraguai. Em entrevista em vídeo ao Adestramento Brasil, o português elogiou o desempenho dos conjuntos, afirmando que houve uma evolução no nível dos competidores entre os CDI 3* da Sociedade Hípica Paulista e o do Centro Hípico de Tatuí, o que refletiu nas notas. Contudo, ele fez um alerta: ressaltou que é necessário formar e ter cavalos e cavaleiros competindo em big tour — até porque as grandes qualificatórias, como Pan-Americano, tendem a exigir este nível em um futuro próximo.

“Cada vez mais, o Brasil tem vindo a consolidar-se na parte de São Jorge, quer nas qualificativas para Odesur, quer depois no Pan-Americano, mas precisa lembrar que, mais cedo ou mais tarde, estas qualificativas vão passar a grande prêmio e seria bastante interessante e desejável, nos próximos CDIs e nos próximos anos, haver mais conjuntos em grande prêmio, como já se chegou a ver no passado no Brasil”, enfatizou.
Lopes também julgou as provas nacionais. Em sua avaliação, considerou que é importante que os ginetes entendam que adestramento não é só um conjunto de exercícios por reprise, mas é isso, de acordo com a escala de treinamento.
“Por vezes, na parte nacional e mesmo alguns conjuntos nos internacionais, nota-se muita falta de cuidado na conexão de seus cavalos. Os cavalos fazem as coisas até de forma correta, mas, para dar salto para notas mais altas, ainda há falta de conexão, ou seja, ligar o cavalo como um todo, trazer os cavalos em um contato mais redondo e bem conectado, de maneira que a fluência dos exercícios possa acontecer de forma mais harmoniosa — e isso não está completamente atingido desde a base”, afirmou.
Carlos Lopes, que ainda é juiz de paradressage (FEI 5*), foi anunciado como coordenador técnico e consultor do adestramento paraequestre da Confederação Brasileira de Hipismo. A notícia foi dada pelo presidente da CBH em primeira mão, neste domingo (28/08), ao Adestramento Brasil — saiba mais aqui.
Durante a estadia em Tatuí, Lopes também ministrou uma clínica destinada, sobretudo, a treinadores da modalidade. “O paraequestre no Brasil tem vindo a se desenvolver e as medalhas estão aí”, disse, ressaltando os bronze de Rodolpho Riskalla no Mundial de Herning. “Mas o Brasil tem 250 milhões de pessoas e tem poucos atletas de paraequestre. A CBH está convencida de que há mais gente que poderia ingressar no paradressage”, disse.
Segundo Lopes, existe uma lacuna, diferença entre as montadas dos cavaleiros e as suas apresentações nas competições. Tal defasagem poderia ser superada com cavalos mais bem treinados. “Os treinadores, além de ensinar a montar, têm de preparar os cavalos para que estas pessoas consigam ter uma melhor performance. Este foi o objetivo da clínica; de alertar as pessoas para a condição necessária do treino dos cavalos para depois evoluir a performance dos atletas”, ressaltou.
Assista à entrevista na íntegra:

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