Sandra Smith: o grupo está forte; estamos em uma fase boa

Sandra Smith Martins, diretora de adestramento da Confederação Brasileira de Hipismo, avalia que o nível técnico do segundo CDI 2* do ano foi bom. “Para mim, os cavalos do small tour melhoraram muito, pois três conseguiram atingir acima de 70%. É normal uma oscilação de rendimento”, afirmou. “Tanto para os que melhoraram o rendimento, como para os que tiveram uma diminuição de rendimento, o momento é de avaliar, reorganizar e voltar a traçar planos e metas”, completou. 

O segundo concurso de adestramento internacional realizado no Brasil com objetivo de selecionar a equipe para os Jogos Pan-Americanos de Lima teve 14 concorrentes em small tour e quatro em big tour. Confira a íntegra da entrevista.

Adestramento Brasil — Como você avalia o CDI 2* de abril?
Sandra Smith — O evento foi muito bom, tivemos um aumento no número de inscritos nas provas internacionais e nas nacionais. O nível técnico apresentado foi bom, o julgamento dos juízes foi muito consistente e a organização da SHP foi impecável.

Alguma motivação especial para aumento de número de concorrentes?
Tivemos novos conjuntos disputando um lugar na equipe; e novos cavalos, que não estavam competindo nesse nível, se apresentaram. Acredito que o fato de ser uma seletiva/observatória para formação de equipe já seja uma grande motivação. Esse aumento de inscritos em disputa para formação de equipe costuma acontecer, mas também acredito que as pessoas estão se animando, com concursos muito bem organizados, bom julgamento e com valor de inscrição adequado já que conseguimos patrocínios. É uma fase muito boa.

Pelo que vi dos resultados houve evolução de alguns conjuntos, ao mesmo tempo em que outros baixaram as notas em comparação a março, com menos concorrentes atingindo 69% em small tour e apenas um com 68% em big tour. Como foi o nível da competição?
O nível foi excelente. Para mim, os cavalos do small tour melhoraram muito, pois três conseguiram atingir acima de 70%. É normal uma oscilação de rendimento. Esta foi apenas a segunda prova, teremos, no total, quatro provas (não obrigatórias), mas é o momento de testar o que pode dar certo e errado para chegar bem preparado em Lima. Estas quatro provas não servem apenas para observar e selecionar a equipe, mas também para treiná-los em um ambiente de pressão internacional como teremos no PAN. Esse procedimento e amadurecimento só vêm a fortalecer nossa equipe. Ainda temos muita água para passar debaixo dessa ponte. Tanto para os que melhoraram o rendimento, como para os que tiveram uma diminuição de rendimento, o momento é de avaliar, reorganizar e voltar a traçar planos e metas.

É assim que funciona, sempre com um bom planejamento e estratégia e muita calma. No fim de semana do CDI, um dos grandes adversários foi o calor de quase 30 graus e as provas entre 11 h e 14 h, mas temos que estar preparados para tudo isso. Também tivemos no júri o juiz [Eduard de Wolff van Westerrode] que será o presidente do júri em Lima. Isto é sempre uma pressão a mais, além da observatória em si. Até o final do processo, eles estarão plenamente confiantes em si mesmos e no seu cavalo.

Você viu a evolução que gostaria?
Sem dúvida, estou contente com o que vi; estão no caminho certo. Como falei antes, este é um caminho de treinamento, ainda faltam duas observatórias. O importante é chegar ao evento na curva ascendente de rendimento.

Com relação à equipe, já tem alguma ideia de formação? Por exemplo, três conjuntos em small tour e dois em big tour?
A comissão só definirá a equipe no ultimo momento, ainda é muito cedo. Os cavalos começaram neste fim de semana as revisões veterinárias, uma vez que o novo veterinário da equipe assumiu e foi apresentado em reunião aos cavaleiros e aos veterinários particulares dos cavalos observados. Por enquanto, o que sabemos é que nossa estratégia é ganhar uma medalha e habilitar o Brasil para competir com equipe [nos Jogos Olímpicos] em Tóquio.

Você julgou no México, como estão os conjuntos? Temos concorrentes muito fortes?
Todos os países estão trabalhando forte para obter bons resultados em Lima. O México tem um bom material e está trabalhando bem, assim como o Brasil. Será uma disputa muito interessante.

Quais pontos no geral os conjuntos ainda precisam melhorar?
Eu acredito que o grupo está forte. Eles vêm trabalhando bem. Os integrantes da long list já fazem parte de um grupo onde quase diariamente temos contato. O importante agora é sempre ter um bom planejamento, ter foco e ir avaliando periodicamente para acertar o que se faz necessário. Ainda temos duas seletivas aqui no Brasil, depois o período de quarentena, viagem e a competição em Lima. É preciso fazer tudo com muita calma e foco para chegar a Lima com o maior rendimento.

Como foi o CAN?
O CAN foi realizado em duas pistas e tivemos um aumento de inscrições. Os cavaleiros tiveram a oportunidade de serem julgados pelos quatro juízes internacionais do CDI 2*, e também pelo juiz FEI 2* Marcio Camargo e a juíza nacional oficial Lindinha Macedo. Muitos cavaleiros que vieram em março voltaram e também vieram alguns novos. Isso é ótimo, mostra que os cavaleiros estão buscando novos desafios e provas de maior importância.

Essa troca de experiência com juízes tão experientes sempre deixa bons frutos, seja para os concorrentes, seus instrutores e para os juízes nacionais que tem a oportunidade de julgar com os juízes estrangeiros. Essa é uma das grandes vantagens de se organizar um CAN com CDI, poder montar e competir num ambiente de prova grande desde cedo e a troca de experiências. Estou muito satisfeita com o resultado do CAN. Devemos seguir nesse modelo. Logo mais no final do mês teremos a premiação do Ranking da CBH, numa mega festa, e os participantes do CAN e Desafio Brasil do ano passado somaram pontos buscando vencer este ranking e ser premiados nesse super evento de reconhecimento nacional. Os participantes deste ano somarão pontos para o Ranking 2019 (premiação no inicio de 2020).

Foto: Jane Monteiro Fotografia


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