João Victor Marcari Oliva fez história no Campeonato Mundial de Adestramento de Herning, na Dinamarca. Ele não apenas foi o primeiro representante do Brasil a passar para a segunda fase da competição, como bateu seu recorde pessoal em prova de grande prêmio especial: 73,313% com o puro sangue lusitano Escorial Horsecampline, fechando o GPS em 21º lugar. Antes disso, a maior pontuação do conjunto em GPS em provas cinco estrelas havia sido no CDIO 5* de Aachen, neste ano, com 70,830% (no CDI 4* de Aachen de 2021, o conjunto fez 72,979%).
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Comentaristas no Canal Olímpico do Brasil, canal do COB que fez a transmissão ao vivo, a juíza internacional FEI 4* Claudia Mesquita e o cavaleiro Vinícius Miranda elogiaram a apresentação do conjunto. Logo no início, Mesquita pontuou que Oliva e Escorial fizeram um alto correto e partiram com uma boa movimentação na parte de trote, tendo um alongado bem expressivo e com boa movimentação.
Eles ressaltaram ainda a boa encurvatura nos apoios e elogiaram as transições passage, trote alongado, passage, que mostrou, claramente, o efeito mola. Já o passo, na opinião de Mesquita, ainda que bem executado, poderia o cavalo estar mais relaxado nas espáduas.
O piaffer foi um dos pontos mais altos da prova. “Dentre todos os pontos fortes do cavalo, o piaffer é um dos mais fortes; as diagonais saltam, ele é bem equilibrado, com boa autossustentação, sem estar tenso”, assinalou a juíza. “É muito correto e muito impulsionado”, acrescentou Miranda.
O apoio ao galope foi bem fluente e as mudanças a dois tempos foram corretas. “Ele executou brilhantemente as mudanças a tempo, de forma ampla, reta, sem problema algum”, apontou Mesquita, que também elogiou as piruetas.
“Foi uma belíssima apresentação”, finalizou a juíza internacional FEI 4*. “De todas as apresentações que vi o João fazer em GPS, esta foi uma das melhores”, completou Miranda.
João Victor deixou a pista na Dinamarca sob aplausos do público, fechando o GPS com 74,255% com Elke Ebert (Alemanha), em K; 74,574% com Raphaël Saleh (França), em E; 70,745% com Anne Gribbons (EUA), em H; 72,979% com Mariette Sanders-Van Gansewinkel (Holanda), em C; 74,255% com Christof Umbach (Luxemburgo), em M; 73,511% com Peter Storr (Reino Unido), em B; e 72,872% com Susanne Baarup (Dinamarca), em F, tendo porcentual final de 73,313%.
Quebrando barreiras
João Victor Oliva é, hoje, o principal representante brasileiro no adestramento. E ele vem batendo recordes. Em Mundiais, na edição deste ano em Herning, ele superou em muito o melhor porcentual do Brasil, que era 65,512% dele mesmo com Xiripiti, em Tryon 2018. O recorde anterior, de 63,843%, era do próprio cavaleiro, mas com Signo dos Pinhais na edição da Normandia dos Jogos Equestres Mundiais em 2014. Até 2022, o Brasil nunca havia passado das provas de GP.
Único representante do Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio, João Victor Marcari Oliva e Escorial Horsecampline fizeram história na competição individual. O conjunto rompeu a barreira dos 70%, superando, assim, a marca dos últimos Jogos no Rio de Janeiro, quando o maior porcentual foi dele mesmo, mas com Xamã dos Pinhais: 68,071%, ficando na 46ª colocação.
Nos Jogos de Tóquio, a CBH também tinha como objetivo que o Brasil superasse a marca do melhor resultado individual da modalidade na história das Olimpíadas. E foi por pouco que Oliva não superou o recorde de colocação. Ele ficou na 26ª colocação, uma a mais que Sylvio Marcondes de Rezende, que, com Othelo, em Munique, na Alemanha, em 1972, ficou na 25ª posição.
João Victor Oliva é duas medalhista de bronze por equipes em Jogos Pan-Americanos: em Toronto (7º lugar individual, com 73,275%, montando Xamã dos Pinhais) e em Lima (quando ficou em 12º lugar, com 70,665%, montando Biso das Lezírias). À época do Pan, Adestramento Brasil escreveu um perfil de João Oliva – releia aqui.
Oliva tem uma longa carreira internacional, com a participação nos Jogos Olímpicos Rio 2016 e de Tóquio em 2021; em dois Jogos Equestres Mundiais, mais o Mundial de Herning; nos Pan-Americanos de Toronto e de Lima. Além disso, João Victor Oliva é medalha de ouro individual nos Jogos Sul-Americanos de 2014, com Xamã dos Pinhais, quando fez 70,781% no freestyle. É também a medalha de ouro por equipe, ao lado de João Paulo dos Santos e Veleiro Top, Leandro Silva com Di Caprio e Pia Aragão com Zepelim Interagro.
Foto: reprodução da transmissão
5 respostas para ‘No Mundial, João Victor Oliva bate recorde pessoal em GPS com Escorial’