O Mundial de Herning 2022 ficará na lembrança do adestramento como um marco. Pela primeira vez, um conjunto representando o Brasil passou para a segunda fase da competição. O 26º lugar no grande prêmio, com 72,112%%, levou João Victor Marcari Oliva, montando o lusitano Escorial, a competir no GP especial, quando seus 73,313% o colocaram em 21º lugar no geral. “Classificar para o GPS foi uma conquista enorme, um marco muito importante”, avaliou Sergio de Fiori, diretor de adestramento da Confederação Brasileira de Hipismo.
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Além de Oliva, Nuno Chaves de Almeida, filho de portugueses, nascido no Rio de Janeiro, e que passou a competir pelo Brasil em abril de 2022, competiu com Feel Good VO. “O conjunto entrou em pista demonstrando muito boa qualidade, mas acabou cometendo alguns erros”, avaliou o diretor. Almeida e Feel Good pontuaram 62,904% e terminaram na 85ª posição.
Pedro Tavares de Almeida estava escalado com Famous do Vouga, mas o lusitano teve problema de saúde e foi retirado da seleção. O adestramento brasileiro tem como técnico Norbert Van Laak e a chefe de equipe é Pia Aragão. “Uma pena [o Brasil não levar equipe]. O Pedro e o Famous fizeram muita falta, mas, dessa vez, infelizmente não foi possível”, disse Fiori.
Para o diretor, o João mostrou uma equitação de alto nível nos dois dias. “E isso foi reconhecido pelo público, pelos juízes e por outros competidores. Ele conquistou um espaço na elite do esporte”, apontou.
E o que este Mundial significou para o País? Fiori responde: “Ficou o gostinho de trazer uma equipe completa e fazer mais. A perspectiva para o futuro é muito boa.”
Quebrando barreiras
João Victor Oliva é, hoje, o principal representante brasileiro no adestramento. E ele vem batendo recordes. Em Mundiais, na edição deste ano em Herning, ele superou em muito o melhor porcentual do Brasil, que era 65,512% dele mesmo com Xiripiti, em Tryon 2018. O recorde anterior, de 63,843%, era do próprio cavaleiro, mas com Signo dos Pinhais na edição da Normandia dos Jogos Equestres Mundiais em 2014. Até 2022, o Brasil nunca havia passado das provas de GP.
Único representante do Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio, João Victor Marcari Oliva e Escorial Horsecampline fizeram história na competição individual. O conjunto rompeu a barreira dos 70%, superando, assim, a marca dos últimos Jogos no Rio de Janeiro, quando o maior porcentual foi dele mesmo, mas com Xamã dos Pinhais: 68,071%, ficando na 46ª colocação.
Nos Jogos de Tóquio, a CBH também tinha como objetivo que o Brasil superasse a marca do melhor resultado individual da modalidade na história das Olimpíadas. E foi por pouco que Oliva não superou o recorde de colocação. Ele ficou na 26ª colocação, uma a mais que Sylvio Marcondes de Rezende, que, com Othelo, em Munique, na Alemanha, em 1972, ficou na 25ª posição.
João Victor Oliva é duas medalhista de bronze por equipes em Jogos Pan-Americanos: em Toronto (7º lugar individual, com 73,275%, montando Xamã dos Pinhais) e em Lima (quando ficou em 12º lugar, com 70,665%, montando Biso das Lezírias). À época do Pan, Adestramento Brasil escreveu um perfil de João Oliva – releia aqui.
Oliva tem uma longa carreira internacional, com a participação nos Jogos Olímpicos Rio 2016 e de Tóquio em 2021; em dois Jogos Equestres Mundiais, mais o Mundial de Herning; nos Pan-Americanos de Toronto e de Lima. Além disso, João Victor Oliva é medalha de ouro individual nos Jogos Sul-Americanos de 2014, com Xamã dos Pinhais, quando fez 70,781% no freestyle. É também a medalha de ouro por equipe, ao lado de João Paulo dos Santos e Veleiro Top, Leandro Silva com Di Caprio e Pia Aragão com Zepelim Interagro.
Foto: reprodução do Instagram da CBH / Luis Ruas
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