O processo observatório para a seleção da equipe que representará o Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Santiago começa em março com a divulgação, por parte da Confederação Brasileira de Hipismo, de uma lista longa de 15 conjuntos que serão observados nos eventos predeterminados. Diferentemente da seleção para o Sul-Americano, o processo será subjetivo e levará em conta seis critérios, entre resultados e condições veterinárias. Adestramento Brasil compila os principais quesitos da seleção e traz uma entrevista com o diretor de adestramento da CBH esclarecendo alguns tópicos.
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Entrevista com Sergio de Fiori, diretor de adestramento da CBH
Adestramento Brasil: Por que a CBH decidiu por critérios subjetivos para a seleção da equipe brasileira para o Pan, em vez de objetivos como foi para Odesur?
Sergio de Fiori: As circunstâncias hoje são muito diferentes. Por um lado, temos conjuntos competindo em diversos países em datas e em concursos diferentes, algo nem sempre fácil de se comparar de forma direta. Por outro lado, temos o auxílio do Norbert Van Laak, um treinador que conquistou a confiança dos nossos atletas não só pelo conhecimento, mas também pela seriedade. Lembro, porém, que para entrar na lista final algumas exigências estão postas, incluindo aí os resultados, de forma objetiva e priorizando conjuntos de big tour, conforme adiantamos em comunicado no ano passado.
Serão seis pontos observados; existe algum que pesa mais? Como será feita a divulgação desta avaliação de modo a conferir transparência ao processo?
Todos os seis pontos são importantes e, de forma ampla, eles dizem respeito ao tripé de rendimento, disciplina e saúde. O técnico selecionará os seis conjuntos finais, com todo o auxílio que precisar da comissão técnica.
Me parece que avaliação veterinária ganhou peso, sendo mencionada diversas vezes no comunicado. Isso decorre do que aconteceu no Sul-Americano?
A avaliação veterinária é de importância ímpar para minimizar a chance de quaisquer intercorrências.
Dúvida sobre o CDI de março. No programa, diz que o CDI 2* para GP não conta para MER ou pontos para o Ranking de Adestramento da FEI. Este MER é para Pan de Santiago ou para Paris 2024? Porque para o Pan está dentro da regra. O CDI 1* para small tour conta MER pro Pan, certo?
Para o Pan, qualquer conjunto que siga o nosso critério, acumulando nosso número mínimo de CDIs, e que pontue acima de 58% uma vez no GP, terá seu “certificado de capacidade” completo, segundo nos informou a PAEC. A partir de 2023, no entanto, os CDIs 2* não pontuam para ranking FEI. E, antes disso, já não serviam para MER olímpico.
Ao não incluir o internacional de setembro na lista de CDIs que serão usados como observação para seleção para equipe, não corre o risco de esvaziar a competição que será junto com o CBA/Taça Brasil?
Os prazos de inscrição informados pelo COB e pela FEI tornam o CDI de setembro inviável para um trabalho sério de análise dos conjuntos. Isso não significa, de forma nenhuma, que o CDI não será um sucesso. Há tempo suficiente entre o CDI e a viagem dos cavalos que forem para o PAN, para quem escolher participar, assim como haverá muitos outros bons conjuntos. Será um sucesso.
A Pia Aragão não é mais chefe de equipe. Por quê? Quem vai substituí-la?
Somos imensamente gratos ao trabalho dela, que foi muito sério. No entanto, por questões administrativas anunciaremos, em breve, novo chefe de equipe.
>>>> Magnus Ringmark preside júri do Pan; conheça os oficiais dos principais eventos de 2023
Processo seletivo – resumo:
Confira documento completo da CBH
Quem está no páreo
- Serão selecionados 15 conjuntos para a long list, sendo as primeiras posições preenchidas por conjuntos de big tour e, caso existam vagas remanescentes, entram conjuntos de small tour.
- A equipe do Brasil no Pan será composta por quatro conjuntos titulares e um reserva. O técnico da equipe principal, Norbert Van Laak, selecionará até seis conjuntos, sendo divulgados os cinco pré-qualificados, incluindo o conjunto reserva, e um conjunto que ficará em stand-by.
- A composição definitiva da equipe será anunciada até o dia 15 de setembro de 2023.
- O processo se encerra em 1º de setembro.
Critérios
- Para a seleção dos seis conjuntos, serão observados:
- Os resultados;
- A qualidade técnica apresentada pelo conjunto;
- A condição física do cavalo e cavaleiro;
- A postura do cavaleiro perante o processo observatório e seletivo;
- A avaliação clínica por parte do veterinário da equipe de adestramento da CBH;
- O histórico do conjunto.
- É obrigatório alcançar os índices mínimos de elegibilidade (MERs) que compõem o Certificado de Capacidade dentro do prazo — leia matéria com todos os detalhes do Pan aqui.
- Interessados em participar da seleção devem assinar e cumprir o Código de Conduta para cavaleiros da CBH, bem como as determinações e regulamentos estabelecidos pela CBH, COB e FEI.
- Todos os atletas e cavalos que estiverem participando do processo observatório estarão sujeitos, a qualquer momento, ao exame de antidopagem.
- Todos os cavalos para integrarem a equipe devem ser aprovados pelo veterinário da equipe principal de adestramento da CBH.
Competições
- Serão realizados e considerados como eventos qualificatórios os seguintes CDIs:
- 1) 24 a 26 de março – São Paulo – CHSA (dois dias de CDI)
- 2) 21 a 23 de abril – São Paulo – Centro Hípico Tatuí (dois dias de CDI)
- 3) 01 a 04 junho – São Paulo – CHSA (três dias de CDI – freestyle)
- 4) 30 de junho a 02 de julho – São Paulo – local a definir (três dias de CDI – freestyle)
- 5) 17 a 20 de agosto – São Paulo – local a definir (três dias de CDI – freestyle) => obrigatório
- Os conjuntos observados terão os três melhores resultados computados, da seguinte forma:
- Big tour: Resultado do GP, quando não houver GP especial (CDI 2*) ou quando a outra prova for GP freestyle;
- Big tour: Média dos resultados do GP e GPS;
- Small tour: Média dos resultados do prêmio São Jorge e Intermediária 1.
- Os conjuntos devem se apresentar em, ao menos, um freestyle, sendo o de agosto obrigatório. Os conjuntos de big tour devem se apresentar ao menos em dois GPS.
- Conjuntos competindo fora do Brasil devem enviar à CBH por e-mail a programação de eventos que irão participar, devendo ser, no mínimo, um CDI 2* e quatro CDIs 3*, com prazo final de 28 de agosto.
Uma resposta para “Processo de seleção da equipe para Pan de Santiago começa em março e será subjetivo”