Nesta semana, quatro brasileiros disputam concursos internacionais de adestramento (CDIs) com meta de alcançar os requisitos mínimos de elegibilidade (MER, na sigla em inglês para minimum eligibility requirements) e conquistar a vaga individual para representar o Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 (leia todas as matérias). André Ganc volta às pistas do Adequan Global Dressage Festival (AGDF) em Wellington, Flórida (EUA), enquanto os irmãos Luiza e Pedro Tavares de Almeida, da equipe Rocas do Vouga, e João Victor Oliva, da Coudelaria Ilha Verde, competem no CDI 3* de Cascais, em Portugal.
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Ganc estreou na semana passada o puro sangue lusitano Último de Massa em prova de grande prêmio (GP). O conjunto competiu em CDI 3* na sétima semana do tradicional Adequan Global Dressage Festival (AGDF), em Wellington (Florida, EUA), e ficou na 15ª posição (de 22 concorrentes) com média final de 61,826%. Ganc monta o cavalo desde 1º de dezembro.
O conjunto retorna às pistas na quinta-feira (27/02) em CDI 3* do Palm Beach Dressage Derby 2020, na oitava semana de competições do AGDF. Ordem de entrada e resultados serão publicados aqui.
Em Portugal, os brasileiros passam seus animais na inspeção veterinária (vet check) na sexta-feira (28/02). Pedro Tavares de Almeida entra com Aoleo e Xaparro do Vouga, Luiza Tavares de Almeida com Baluarte do Vouga e João Victor Oliva com Aron de Massa.
O CDI 3* de Cascais ocorre em dois fins de semana de provas — de 28 de fevereiro a 1º de março e de 5 a 8 de março — ambos no Centro Hípico da Costa do Estoril. O evento receberá conjuntos representando dez nacionalidades (Portugal, França, Suíça, Brasil, Japão, Espanha, Finlândia, Rússia, Alemanha e Itália). Serão dois concursos internacionais com juízes FEI 5* escalados e válidos para a obtenção dos MERs. Confira a lista de participantes dos CDIs.
CDI 3* Cascais: programas 28/02 a 01/03 | 05 a 08/03
AGDF: site oficial, programação e resultados
Hipismo em Tóquio
A realização dos Jogos de Tóquio 2020 está em xeque. Em entrevista exclusiva, nesta terça-feira (25/02), para Associated Press (AP), Dick Pound, o mais antigo membro do Comitê Olímpico Internacional (COI), afirmou ser muito perigoso realizar as Olimpíadas em Tóquio por causa do surto de coronavírus, rebatizado de Covid-19, sendo mais provável que os organizadores cancelem o evento por completo do que o adiem ou o movam para outra cidade.
Dick Pound, um ex-campeão canadense de natação que está no COI desde 1978, fazendo dele seu membro mais antigo, estima que há uma janela de três ou dois meses para decidir o destino dos Jogos Tóquio. Para AP, Pound disse que, “durante esse período, as pessoas terão de se perguntar: isso está sob controle suficiente para que possamos ter certeza de ir a Tóquio ou não?”.
Com relação ao hipismo, a Federação Equestre Internacional (FEI) divulgou em 17/02 a lista confirmada dos países com cotas por equipes e individuais para disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 nas três modalidades: salto, adestramento e hipismo completo (CCE). Segundo a FEI, o novo formato permite que mais nações compitam, passando, no adestramento, de 25 países nos Jogos Olímpicos do Rio 2016 para 30 em Tóquio 2020. Confira o documento oficial completo para saber como ficaram as cotas no adestramento.
Os eventos equestres olímpicos começam no dia seguinte à cerimônia de abertura em Tóquio, que será realizada em 24 de julho. O adestramento será a primeira disciplina a realizar suas competições (25 a 29 de julho), seguido de CCE (31 de julho a 3 de agosto) e, em seguida, salto (4 a 8 de agosto). As competições serão realizadas no Parque Equestre Bajikoen e no local de cruzeiros Sea Forest Cross Country.
Seleção para vaga Brasil
O Brasil perdeu a vaga por equipe para disputar a modalidade adestramento na próxima olimpíada por não ter apresentado o certificado de capacidade (“NOC Certificate of Capability” ou COC), que exigia que, pelo menos, três conjuntos diferentes tivessem atingido os MERs até 31 de dezembro.
A CBH divulgou no fim de janeiro deste ano os critérios para a seleção do conjunto que disputará a vaga individual que o Brasil tem direito após perder a vaga por equipe. De acordo com o comunicado (confira a íntegra), para a escolha do individual serão considerados os resultados das provas de grande prêmio (GP) aprovadas pela Federação Equestre Internacional para a conquista de índice olímpico (MER) no período de 1º de janeiro a 1º de junho de 2020.
A CBH disse que vai considerar a média dos dois melhores resultados em provas de GP dos eventos aprovados pela FEI para a obtenção dos índices até 1º de junho de 2020. Os conjuntos que competiram na Europa em pelo menos dois eventos no segundo semestre de 2019, buscando a classificação da equipe, terão um bônus de 1,5% (sic) adicionados à média.
Adestramento Brasil enviou por e-mail à CBH questionamentos acerca do comunicado da seleção individual. Foi perguntado como será a bonificação, uma vez que é necessário entender se à média será adicionada 1,5 ponto porcentual (pp) ou se somará 1,5%. Matematicamente, a soma é diferente quando se trata de ponto porcentual e de soma de duas porcentagens. Este vídeo mostra a diferença do cálculo.
Também foi questionado se os resultados obtidos em 2019 serão descartados, uma vez que o item dois do comunicado estipula o período entre 1 de janeiro e 1 de junho de 2020 e logo abaixo se contradiz dizendo que os índices obtidos até a presente data e aprovados pela FEI serão considerados.
Apesar dos esforços e insistência deste veículo de imprensa para obter a informação o mais acurada possível para os leitores, a CBH não responde às solicitações de Adestramento Brasil.
Uma resposta para “André Ganc, nos EUA, e brasileiros em Portugal disputam CDIs nesta semana”