A segunda semana de provas no CDI 3* de Cascais, em Portugal, marcou a estreia do conjunto Luiza Tavares de Almeida e Baluarte do Vouga em big tour. “Eu fiquei muito feliz de ter levado o Baluarte para o mais alto nível e sabemos que nem todos os cavalos chegam lá, aliás, a maioria deles”, disse a amazona. “Foi uma prova, no geral, bem OK para estreia. O CDI foi muito forte, com juízes duros e concorrentes fortes, então, no geral, pelas circunstâncias e, por ser a primeira vez dele fazendo GP e em um CDI destes, eu fiquei feliz”, avaliou.
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No GP, realizado na sexta 6/3 e que marcou a obtenção dos requisitos mínimos de elegibilidade (MER, na sigla em inglês) de seu irmão, Pedro Tavares de Almeida, com Xaparro do Vouga, Luiza e Baluarte fizeram 63,848%. O GP que foi julgado por quatro juízes internacionais cinco estrelas e um FEI 3*; e nele João Victor Marcari Oliva e F-Aron de Massa conquistaram o terceiro índice. Confira aqui todas as notas do GP, que foi vencido por João Miguel Torrão e Equador com 74,978%, seguido de Bertrand Liegard com Star Wars (70,783%) e José Antonio Garcia Mena e Sorento 15 (70,326%).
No dia seguinte, a dupla estreante manteve o porcentual no grande prêmio especial, totalizando 63,477%. O GPS foi julgado por Francis Verbeek Van Rooij (FEI 5* da Holanda), Gabriela Valeriánová (FEI 4* da República Checa), Francisco Guerra (FEI 5* da Espanha), Alban Tissot (FEI 4* da França) e Frederico Pinteus (FEI 3* de Portugal).
“A gente sempre quer ir melhor, lógico. O Baluarte está agora muito mais maduro. Precisamos de um pouco mais de treino e eu tenho de empistá-lo mesmo. Agora é continuar competindo; vou fazer algumas provas nacionais para tentar chegarmos um pouco menos crus no próximo CDI”, explicou Luiza Almeida.
No ano passado, Luiza e Baluarte disputaram dois dos quatros CDIs 2* realizados Brasil com objetivo de selecionar o time para os Jogos Pan-Americanos de Lima. O conjunto ficou de fora da equipe. Luiza, por sua vez, acumula bastante experiência em grandes competições, tendo representado o Brasil em dois Pan-Americanos, participado de três Jogos Olímpicos e disputado dois Jogos Equestres Mundiais (WEG).
Baluarte foi montado durante muitos anos por seu irmão Pedro. Conforme contou em uma entrevista antes do WEG de Tryon, ele o montou desde os cinco anos de idade e competiu com ele no circuito europeu. Pedro e Baluarte foram, inclusive, convocados como conjunto reserva para o Pan de 2015 em Toronto. Naquela época, Luiza montava Aoleo. No entanto, os irmãos acabaram trocando as montarias em 2017.
Com Aoleo, Pedro disputou os Jogos Mundiais em 2018 e o Pan de 2019. Neste ano, o cavaleiro voltou a disputar provas com Xaparro do Vouga, com quem competiu os Jogos Olímpicos do Rio em 2016. Pedro e Xaparro disputaram as duas semanas do CDI 3* de Cascais e, com notas acimas de 66% (final e com juiz FEI 5*), obtiveram o MER exigido pela FEI para participar dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
Com Xaparro, Pedro foi, no grande prêmio especial, o melhor conjunto brasileiro em pista (66,085%), à frente de Luiza com Baluarte (63,447%) e João Victor Oliva com F-Aron de Massa (62,766%). “Fiquei feliz com o Xaparro, melhorou muito do primeiro para o segundo CDI; as notas estavam duras e mesmo assim mantivemos o índice”, contou, acrescentando que, infelizmente o Aoleo, não estava muito bem disposto, mas, segundo, o conjunto seguirá firme. Veja todas as notas do GPS.
Pedro, Luiza e João Victor estão na Europa competindo nos CDIs apontados pela FEI como válidos para obtenção de MER para Tóquio. Os três buscam ocupar a vaga individual para representar o Brasil na próxima Olimpíada. Os brasileiros devem competir no CDI 3* de Abrantes (Portugal), entre 03/04 e 05/04/2020. Acompanhe a lista mais recente dos concursos válidos pela FEI.
Entenda a disputa individual
O Brasil perdeu a vaga por equipe para disputar a modalidade adestramento na próxima olimpíada por não ter apresentado o certificado de capacidade (“NOC Certificate of Capability” ou COC), que exigia que, pelo menos, três conjuntos diferentes tivessem atingido os MERs até 31 de dezembro. De acordo com as regras de seleção divulgadas pela CBH, no fim de janeiro, (confira a íntegra do documento) para a escolha do individual serão considerados os resultados das provas de grande prêmio (GP) aprovadas pela Federação Equestre Internacional para a conquista de índice olímpico (MER) no período de 1º de janeiro a 1º de junho de 2020.
Este noticiário questionou a entidade por diversas vezes por e-mail (e ainda sem retorno da entidade) se os resultados obtidos em 2019 serão descartados, uma vez que o item dois do comunicado, que estipula o período, se contradiz dizendo que os índices obtidos até a presente data e aprovados pela FEI serão considerados.
Além disso, o comunicado da CBH diz que vai considerar a média dos dois melhores resultados em provas de GP dos eventos aprovados pela FEI para a obtenção dos índices até 1º de junho de 2020. Os conjuntos que competiram na Europa em pelo menos dois eventos no segundo semestre de 2019, buscando a classificação da equipe, terão um bônus de 1,5% (sic) adicionados à média.
Adestramento Brasil também perguntou à CBH como será a bonificação, uma vez que é necessário entender se à média será adicionado 1,5 ponto porcentual (p.p.) ou se somará 1,5%. Matematicamente, o resultado é diferente quando se trata de ponto porcentual e de soma de duas porcentagens. Este vídeo mostra a diferença do cálculo.
Em ambos os cenários, sendo a bonificação de 1,5 ponto porcentual ou 1,5%, Oliva e F-Aron estão na frente da disputa. Abaixo, é possível observar como estão as médias. Ao conjunto Pedro Almeida e Xaparro do Vouga não foi adicionada a bonificação, porque, segundo levantamento deste noticiário, eles não competiram juntos em 2019.

Hipismo em Tóquio
A Federação Equestre Internacional (FEI) divulgou em 17/02 a lista confirmada dos países com cotas por equipes e individuais para disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 nas três modalidades: salto, adestramento e hipismo completo (CCE). Segundo a FEI, o novo formato permite que mais nações compitam, passando, no adestramento, de 25 países nos Jogos Olímpicos do Rio 2016 para 30 em Tóquio 2020. Confira o documento oficial completo para saber como ficaram as cotas no adestramento.
Os eventos equestres olímpicos começam no dia seguinte à cerimônia de abertura em Tóquio, que será realizada em 24 de julho. O adestramento será a primeira disciplina a realizar suas competições (25 a 29 de julho), seguido de CCE (31 de julho a 3 de agosto) e, em seguida, salto (4 a 8 de agosto). As competições serão realizadas no Parque Equestre Bajikoen e no local de cruzeiros Sea Forest Cross Country.
MER — A Federação Equestre Internacional (FEI) exige que todos os conjuntos disputando os Jogos Olímpicos tenham obtido, em duas competições diferentes, porcentuais de, no mínimo, 66% tanto na nota final como na nota atribuída por juiz FEI 5* na prova de grande prêmio (GP) em CDIs 3*, 4* e 5*, CDI-W e/ou CDIO. Além disto, o juiz FEI 5* precisa ser de nacionalidade distinta do atleta. O período para obtenção dos MERs para valer para a próxima olimpíada começou em 1º de janeiro de 2019 e encerra-se em 1º de junho de 2020.
Foto: cedida pela atleta