João Victor Marcari Oliva montando F-Aron de Massa conseguiu um dos índices para os requisitos mínimos de elegibilidade (MER, na sigla em inglês para minimum eligibility requirements) para poder disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. O conjunto, formado há dois meses, fez sua estreia em prova de grande prêmio neste fim de semana no CDI 3* de Le Mans, na França. Outros dois brasileiros também competiram: Pedro Tavares de Almeida com Aoleo e Edneu Senhorini com Xiripiti TVF.
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O CDI 3* de Le Mans integra a lista de concursos apontados pela Federação Equestre Internacional (FEI) como válidos para obtenção dos MERs para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. O concurso contou com cinco juízes, sendo três FEI 5*: o francês Raphael Saleh, Clive Halsall, do Reino Unido, e o alemão Gotthilf Riexinger. Também compuseram o júri de campo Annick Dauban (FEI 3* pela França) e Michael Osinski (FEI 4* pelos Estados Unidos).
Oliva fez 66,239% de nota final e 67,500% com o juiz internacional FEI 5* Clive Halsall, do Reino Unido. Com Saleh, o brasileiro pontuou 64,239% e, com Riexinger, 63,696%. “Estou com este cavalo há pouco tempo e, por isto, acho que ele ainda não está como deveria para estrear, mas, como estamos com tempo apertado, tivemos de entrar nesta prova. Saí contente. Vim para prova para fazer o índice e consegui, então, estou me sentindo com o dever cumprido. Agora é treinar para ir melhorando e torcer muito para os outros brasileiros fazerem os índices para irmos como equipe para Tóquio”, declarou ao Adestramento Brasil.
A formação do conjunto João Victor Marcari Oliva e F-Aron de Massa foi concretizada em setembro último, quando o atleta do Ilha Verde Team retornou para a Alemanha após a conquista do bronze em Lima. De acordo com a assessoria de imprensa da Coudelaria Ilha Verde, o cavaleiro olímpico de 23 anos foi convidado para fazer parte do projeto olímpico estabelecido pelos proprietários de F-Aron de Massa, a BF Horse (Rodrigo Guedes da Cunha), estabelecida nos Estados Unidos, e a Coudelaria do Luar (Leonardo dos Anjos e Benoit David), que selecionam cavalos Lusitanos na França e na Bélgica.
Garanhão de nove anos, F-Aron de Massa (Qing x Xixirita) nasceu na França e durante um ano e meio foi montado pela francesa Laetitia Isselin, amazona responsável por preparar Aron para competições de grande prêmio. João Victor Marcari Oliva mora na Alemanha desde 2014. Neste ano, se estabeleceu em Dusseldorf, onde treina com Paulo Caetano, de Portugal, e sua filha Maria Caetano.
Para competir na olimpíada do Japão, cada conjunto precisa obter os MERs, ou seja, alcançar em duas competições diferentes porcentual de, no mínimo, 66% tanto na nota final como na nota atribuída por juiz FEI 5* na prova de grande prêmio nos concursos de adestramento internacionais de níveis CDI3*, CDI4*, CDI5*, CDI-W e/ou CDIO. Além disto, o juiz FEI 5* precisa ser de nacionalidade distinta do atleta. Pedro Tavares de Almeida com Aoleo tiveram 61,587% e Edneu Senhorini 62,348% com Xiripiti TVF. Confira todos os resultados do GP. As provas do CDI 3* Le Mans seguem até 20 de outubro..
Oliva, Almeida e Senhorini tentam na Europa assegurar a vaga por equipes do Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Para fazer valer a cota conquistada com a medalha de bronze por equipe nos Jogos Pan-Americanos de Lima, o país ainda precisa enviar à Federação Equestre Internacional até 31 de dezembro de 2019 o chamado “NOC Certificate of Capability” (ou certificado de capacidade), que exige que cada país pré-classificado por equipe ateste ter, no mínimo, três conjuntos que conseguiram, pelo menos, dois MERs durante o período que começou nos Jogos Equestres Mundiais da FEI 2018 e vai até 31 de dezembro de 2019. Caso o Brasil não consiga entregar o certificado de capacidade, o País terá direito a uma vaga individual e o conjunto que o representará deverá ser apontado pelo comitê nacional até 1º de junho de 2020.
Os índices para o “NOC Certificate of Capability” devem ser obtidos em CDIs de três ou mais estrelas. Por isto, os quatro CDIs 2* realizados no Brasil no primeiro semestre deste ano não podem ser usados. Conforme divulgou este noticiário, a publicação pela CBH do documento da FEI com o processo de qualificação, em abril de 2018, contendo a necessidade do “NOC Certificate of Capability” aponta que a entidade tinha conhecimento da regra em tempo hábil de realizar CDIs 3* no Brasil.
Até o índice de João Victor Oliva alcançado em 18/10, Leandro Silva com DiCaprio era o único conjunto brasileiro com um índice: nota final de 67,326% na prova de grande prêmio nos Jogos Pan-Americanos de Lima, sendo 68,478% com a juíza FEI 5* Janet Foy, dos Estados Unidos, e 68,804% com a juíza FEI 5* Mary Seefried, da Austrália.
Foto: Facebook Coudelaria Ilha Verde
11 respostas para ‘João Victor Oliva assegura um índice para Tóquio 2020 no CDI 3* Le Mans’