Lima, Peru — O Brasil conquistou a tão sonhada medalha de bronze, passaporte para a disputa por equipe nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Com time formado por cavaleiros experientes em disputas internacionais — João Paulo dos Santos e Carthago Comando SN; Leandro Aparecido da Silva e DiCaprio; João Victor Marcari Oliva e Biso Das Lezírias; e Pedro Manuel Tavares De Almeida e Aoleo —, o País somou 408,696% e ficou à frente do México (403,638%). A disputa mais acirrada foi para o ouro, entre Estados Unidos (437,791%) e Canadá, com o último levando a melhor com 440,111%.
O placar final por equipe foi definido apenas no último bloco de competidores, umas vez que Brasil, México e Canadá contaram cada um com dois conjuntos fazendo o grande prêmio especial. No decorrer do segundo dia de provas de adestramento dos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019, a diferença entre Brasil e México estava mais folgada que entre os Estados Unidos e Canadá.
Conquistar o bronze era o objetivo da equipe, já que para os países da América (grupo D para América do Norte e E para Central e do Sul), o Pan designa duas vagas por equipe (máximo de seis atletas), lembrando que Estados Unidos conseguiram a classificação em WEG-Tryon.
Esta é a sexta medalha de bronze do Brasil em Jogos Pan-Americanos. Das seis, cinco foram por equipes: no México 1975, em Caracas 1983, no Rio 2007, em Toronto 2015 e agora em Lima 2019. A única medalha individual no adestramento foi conquistada em Caracas em 1983 por Orlando Facada com Premiado.
Disputa
Após o almoço (leia matéria sobre as provas do primeiro bloco, pela manhã), a disputa pelo ouro começou com Jennifer Baumert e Handsome pelos Estados Unidos, país que conta com três conjuntos, não tendo descarte. Baumert e Handsome, que ficaram em quarto na PSJ com 72,441%, não mantiveram o mesmo patamar, fechando com 70,382%. A juíza dos EUA Janet Lee Foy deu a nota mais alta 71,912% e a australiana Mary Seefried a mais baixa (69,265%) — a juíza canadense Brenda Minor atribuiu 70,294% ao conjunto.
No último bloco de small tour, a argentina Vera Beatriz Protzen, grande competidora do Brasil com Wettkonig e que terminou em oitavo no primeiro dia (70,059%), elevou o porcentual alto. Ela terminou a prova da inter 1com nota final de 71,529%, tomando a terceira posição, que, no entanto, após apresentação de Sarah Lockman e First Apple, pelos EUA, cairia para quarta. Assim como na PSJ, Lockman fez a maior pontuação geral na inter 1: 75,912% no total, sendo a maior nota dada por Janet Lee Foy, também dos EUA (76,912%) e a menor pela canadense Brenda Minor (74,706%).
Assim, na classificação geral antes das provas de big tour, João Paulo dos Santos e Carthago estavam em 7º lugar e João Victor Marcari Oliva com Biso Das Lezírias em 16º.
Big tour
Sabendo que qualquer erro poderia custar a medalha, os competidores de Brasil, Canadá e México foram para o tudo ou nada. Naima Moreira Laliberte, do Canadá, montou Statesman para uma prova consistente e que ficou na casa dos 71% durante toda reprise. O conjunto terminou com nota final de 71,787%, sem o acréscimo de 1,5 ponto porcentual de bonificação. A nota mais alta foi da australiana Mary Seefried (74,681%) e a mais baixa do alemão Thomas Kessler (70,638%).
Leandro Silva e DiCaprio entraram na sequência e mantiveram o nível de ontem, perdendo alguns pontos na parte do galope. O conjunto finalizou a prova com porcentual final de 66,553%. Seefried atribuiu a maior nota (68,723%) e a canadense Brenda Minor, a menor (64,787%).
“Montei para buscar o porcentual suficiente para a equipe classificar, sem arriscar muito, porque senão correria o risco de fazer algo errado e jogar a medalha fora”, disse em entrevista em vídeo. Para o estilo livre, ele disse que vai montar mais descontraído para comemorar a medalha. Lima foi a quarta participação de Leandro Silva em Jogos Pan-Americanos e a segunda medalha de bronze do cavaleiro — a primeira foi em Toronto em 2015.
Competidora pelo México e rival do Brasil, Bernadette Pujals cravou com Curioso XXV a mesma nota que Leandro, deixando o Brasil na liderança. Pelo Canadá, Jill Irving manteve mesmo patamar de domingo 28/07 com Degas 12, fechando a participação do país com 67,851%.
Competindo no individual, Yvonne Losos De Muñiz e Aquamarijn não alcançaram os 70%, mas fechou com 69,872%, garantindo a vaga na final.
Último do Brasil, Pedro Manuel Tavares de Almeida e Aoleo subiram a nota em comparação com o dia anterior, fazendo 65,660. Mas até a última concorrente do México se apresentar, apesar da vantagem para o Time Brasil, não se comemorou antes de sair a nota: 67,447%, que, apesar de ser a mais alta no GPS entre Brasil e México, não foi suficiente para levar a soma geral do México ao bronze. Daí, os brasileiros fizeram a festa!
Em seu primeiro Pan-Americano, Pedro Almeida avalia que alguns erros acabaram colocando a nota para baixo. “No frio, o cavalo fica mais fresco, mais vivo, mas os treinos seguiram como de São Paulo, não mudei. Apenas nos últimos dois dias, fiz uma mescla de treinos”, contou. Ele afirmou também que vai entrar na disputa por uma vaga na equipe que vai para Tóquio 2020.
Na soma geral, o Brasil ficou com 408,696% porcentuais e o México com 403,638%. O Canadá, medalha de ouro, somou 440,111% e os Estados Unidos, prata, 437,791%.
Foto: Yael Rojas/ Lima 2019
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